sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Não tenha medo do simples

As logomarcas atualmente estão um horror. É muita elipse para pouco cérebro. Não aguento mais ver elipses em logomarcas.

Aqui vão três pequenas obras primas, sendo duas feitas no Brasil para empresas estatais. A primeira é o antigo símbolo de Furnas que a Eletrobrás, ao unificar as subsidiárias, tirou de circulação para colocar algo que parece uma turbina faltando uma das lâminas.


A genialidade está na simplicidade. Com duas estrelas sobrepostas eles fizeram uma torre de transmissão de energia elétrica. Sintetizou o negócio da empresa (gerar e transmitir eletricidade) num elemento básico e que aprendemos a desenhar ainda crianças. Quem nunca encheu um papel em branco com um monte de estrelas de cinco pontas?

O segundo é o antigo logo da rede de emissoras de TV dos Estados Unidos CBS. É apenas um olho atento, igualzinho ao nosso olhar de telespectador. Este símbolo inspirou o da Rede Bandeirantes.



O terceiro é o da extinta Rede Ferroviária Federal. Duas linhas que se encontram. Ou uma linha que se divide, dependendo de como se vê. Mostra exatamente o conceito de uma rede usando um dos elementos básicos de uma linha férrea: o desvio.


Não tenha medo do simples. Na maioria das vezes, com um pouco de bom gosto, ele fica muito bom.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tenho orgulho de ser brasileiro

Esqueça o que você lê nas cartas que os leitores enviam para os jornais. Esqueça o que escrevem no Facebook. Tenha orgulho de ser brasileiro neste momento.

Na Rússia o czar Vladimir Putin bota o seu lado stalinista para fora e manda para a cadeia as cantoras da banda Pussy Riot que protestaram contra ele.

Na Índia o sistema de castas continua firme e forte há séculos.

Na China um exército de espiões fiscaliza a Internet enquanto o governo oprime qualquer movimento dissidente.

Por aqui, o STF julga o braço direito do ex-presidente mais popular das últimas décadas. Tudo dentro da constituição e do Estado Democrático de Direito. O resultado do julgamento é imprevisível, como deve ser.

Não ligue para o PIB e crescimento do PIB. Estamos provando que o Brasil é muito maior que eles.

Dia dos Pais

Sexta passada, iniciando as comemorações para o Dia dos Pais, tive a brilhante ideia de ir com a intrépida trupe conhecer o Bar do Adão da Tijuca. Mariah reclamou do barulho e da confusão. Aliás, todos ser incomodaram com o barulho e a confusão, mas a pequena não sabia que isto era normal. O chope estava delicioso, mas esqueceram um dos nossos pedidos e, somado com a lotação da casa, demorou horrores.

No sábado, 11-08-2012, a escola promoveu um evento para comemorar o Dia dos Pais. Mariah e as outras crianças ensaiaram por semanas e no final tudo que foi preparado for executado. Na medida do possível: Mariah ficou preocupada porque eu fico com as pernas dormentes se eu ficar muito tempo sentado no chão na posição de meditação e relatou para a professora. Ela ainda achou que eu não poderia correr e relatou para a professora. Coisas de quem tem pai "maior que quarenta":

IMC > 40
Idade > 40

O pior de tudo foi que mudaram algumas das brincadeiras por mim. Ai, que vergonha. Me senti um velho estraga-prazeres. O único pai da escola exageradamente assim. Me imaginei curvado com uma bengala e banguela. Felizmente Luiza só me contou horas depois de terminada a festa porque, de outro modo, morreria de constrangimento.

No domingo fomos curtir um pouco a vida pai-filha. Fizemos bolo de chocolate de caixinha, brincamos e levamos para andar de bicicleta na Praça dos Cavalinhos. O gari que cuida desta praça estava naquele exato momento em Londres, se apresentando na cerimônia de encerramento das Olimpíadas de 2012.

Enquanto observávamos a nossa pequena ciclista dar voltas infinitas em torno do chafariz desligado, eu confessei à Luiza que sempre tenho a impressão que Mariah só vai lembrar do que fizemos juntos depois dos seis anos. Como eu perdi o meu pai com esta idade e lembro realmente muito pouco dele, acredito que com a Mariah será a mesma coisa. Claro que o amor e o relacionamento ficam no subconsciente para sempre. A educação e a formação também. Mas e as horas na minha corcunda ou brincando de "mãe & filho", "escola" e "médica"? É difícil avaliar porque antigamente - falo até os anos 1970 - os pais não brincavam muito com os filhos e talvez eu não lembre do meu pai brincando comigo porque simplesmente ele talvez não tenha brincado.

O tempo dirá e Mariah parece ter uma boa memória. Pelo menos ela lembrou que eu fico com as pernas dormentes quando fico muito tempo na "posição do chinezinho". Ai, que vergonha!