quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aviões de papel

Recebi um e-mail que lembrou a minha infância. Só acho que didaticamente não é muito bom, mas fica a lembrança de como eu e o meu irmão número 5 gastávamos as folhas de papel A4 do irmão número 2.












quarta-feira, 29 de junho de 2011

Uma anedota, uma verdade.

Em 1994 ouvi uma piada de um amigo mineiro que contava a história de dois amigos que tomavam um café. O primeiro colocou adoçante e o segundo colocou açúcar. Aí o primeiro questionava o segundo sobre o fato de não usar adoçante e a resposta era algo como: "Está louco? Adoçante engorda!" E eis que o primeiro dizia que ele estava enganado, que o engordativo era o açúcar, mas o segundo respondia de pronto "Adoçante engorda, só gordo que usa isto!"

No início de 2008 a imprensa divulgou uma pesquisa norte-americana que concluia justamente o poder do adoçante de engordar:



Mais uma matéria:


Naquela época um amigo meu estava indo ao endocrinologista para emagrecer e ele comentou com o médico sobre a matéria. Segundo o meu amigo, o médico receitou Rimonabanto e disse que ele não deveria largar o adoçante.

O Rimonabanto, caso não saiba, um tempo depois foi proibido por suspeitas de provocar problemas psíquicos (ansiedade e depressão) nos usuários da droga.

Agora está suspenso a manipulação com a substância Rimonabanto.

Se não acredita em mim, aqui está a resolução da ANVISA

Hoje, dia 29 de junho de 2011, como diria a Legião Urbana, mais do mesmo:


O endocrinologista foi cauteloso com o estudo de uma universidade séria, mas não foi cauteloso ao receitar uma droga nova e que acabou proibida ainda no ano de 2008. Consulto-me com endocrinologistas desde os 12 anos. Já receitaram para mim os mais variados remédios. Inibex, Desobesi, Dualid, Isomeride, Sibutramina, Triac e mais alguns que eu não lembro. E eu nunca vi médico devolver o dinheiro da consulta por alguma indicação de tratamento errada, mas você consegue aceitar um técnico devolver a TV sem consertar e sem devolver o dinheiro?

A vida de médico é muito fácil neste aspecto. Recomendam dietas, exercícios e remédios e, se falhar - e em mais de 80% dos casos falham em menos de 2 anos -, Colocam a culpa no paciente. Mas eu não entendo porque as pessoas ainda acreditam num tratamento convencional que tem um índice tão alto de ineficácia. Só posso acreditar em falta de opção. Mas há opção. O seu médico é que talvez não tenha interesse em divulgar.

A obesidade é uma das poucas doenças que normalmente o doente é quem carrega a culpa. O gordo sofre em silêncio, achando que o problema é somente com ele. E toda a sociedade também acha. Os negros elegem deputados, denunciam o racismo e o preconceito, lutam por melhores condições e por cotas em universidades públicas. Estão absolutamente certos, como estão os homossexuais fazem passeata e escrevem novelas com gays como heróis e exemplos de caráter para tentar diminuir a homofobia da sociedade.

Não vejo muita diferença entre uma negra que tenta alisar o seu cabelo com ácido pirogálico e um obeso que toma um remédio que pode provocar doenças graves. O corpo sofre do mesmo jeito pela questão da aparência, embora na obesidade exista também a questão de saúde. Para não ter diabetes e hérnia, que tal ansiedade, depressão ou hipertensão pulmonar?


Retornado ao artigo publicado hoje, para mim a descoberta está totalmente coerente com o trabalho de Seth Roberts. Roberts descobriu que ao tomar água com açúcar ou óleo sem sabor, como canola, e não consumir nada uma hora antes e uma hora depois do evento a pessoa perde a fome.

A experiência de Roberts explica um fato notório: as pessoas perdem a fome e emagrecem quando ficam internadas em um hospital recebendo soro glicosado na veia. Parece que o cérebro se comporta de uma maneira estranha e faz a pessoa perder completamente a fome ao se deparar com algo que nós não estamos geneticamente preparados, pois a homem primitivo, aquele que nós herdamos boa parte dos nossos genes, não tinha contato com nenhum alimento sem sabor.

Roberts não escreveu isto, mas seguindo a lógica deste cientista, o adoçante engorda porque consumimos sabor sem caloria, o que teria o efeito inverso da água açucarada: aumentaria a fome. E de aumentar a fome os gordos entendem bem.

Sendo a descoberta aparentemente simples, feita por um professor psicólogo que se auto-experimentou para descobrir o fenômeno, como você acha que os médicos e nutricionistas reagiram e responderam ao trabalho pioneiro de Roberts?

Para quem quer ler o artigo científico e treinar o inglês, aqui está o link

Para quem quer botar a boca na água açucarada e experimentar, recomendo a leitura do livro, felizmente em português:

http://www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=251
Não estou ganhando um centavo com isto.

Quando eu comentei desta dieta com um amigo meu do interior ele respondeu que a esposa dele disse que era comum, entre os amigos dela, tomarem água com açúcar antes de ir trabalhar na dura jornada da roça para diminuir a fome.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Onde está o meu sensor de temperatura?

Descobri que o sensor de temperatura da minha placa não foi soldado, de sorte que eu não posso fazer experiências de medição desta grandeza. O chinês jura que vai enviar um sensor para eu soldar. Aguardemos.



Na casa da madrinha.


A modelo Mariah veste Alphabeto.

O Doutor e o Pinheiro

Conheci o Bulha no primeiro semestre de 1992. Quase 20 anos. Foi no primeiro semestre da faculdade e estávamos sendo iniciados na feitiçaria da engenharia, Uma espécie de Harry Potters tecnológicos. Bulha logo se revelou um feiticeiro melhor que eu, evidenciados por incontestáveis notas gloriosas em Cálculo I.

Desde então os nossos caminhos se aproximam, o que impede que o tempo e a luta diária pelo pão na mesa  cumpram as suas obrigações sacerdotais de afastar os amigos. Trabalhamos na mesma empresa de 1994 até o início do anos 2000, sendo boa parte deste tempo na mesma sala, mas exercendo a função de técnicos de eletrônica e de elétrica, respectivamente. Concluí o curso de engenharia eletrônica um semestre depois dele concluir o de engenharia elétrica. Algum tempo depois, o Bulha saiu da empresa e foi para um emprego melhor e depois eu fui para a mesma empresa que ele, como engenheiros.

Mas o desempenho do Bulha em matemática sempre demostrou que ali estava um cientista. Ele não fez por menos e no final de 2009 doutorou-se pela UFRJ. É o Doutor. Eu, já engenheiro, continuei achando chato a matemática teórica, viajante, sem aplicação na resolução de problemas reais e também continuava adorando colocar a mão no ferro de solda. Virei um Pinheiro, o peão-engenheiro. Pinheiros típicos apenas toleram os "ponto doc" e os "ponto xls", mas são amantes platônicos e indiscretos de motores, turbinas e placas de circuito impresso.

De comum também temos a origem humilde que é devidamente relembrada num almoço num restaurante simples com certa periodicidade. A minha hipótese é que é bom eventualmente voltamos aos locais humildes das nossas origens para dar valor ao que já conquistamos: o Marketing - talvez sem querer - acaba nos tornando insatisfeitos infinitamente, esquecendo de dar valor ao que nós temos, principalmente o que não é medido por dinheiro.

Em um destes almoços, o Bulha me trouxe um problema: havia comprado um aparelho que transmitia em FM o som de um toca-discos de vinil, que ele queria ouvir num rádio distante uns 10 metros do transmissor, em um outro cômodo do apartamento e a potência do sinal de saída do transmissor era tão alta que estava gerando ruídos incômodos e intereferências em outros aparelhos da moradia. A questão se revelou uma aventura instigante.

Caminhando na volta, digerindo um imprudente rodízio de massas, disse que não poderia abrir o equipamento, para não perder a garantia. Só vi duas soluções de imediato: a primeira era retirar a antena do transmissor e colocar uma menos eficiente, o que diminuiria a energia transmitida - e onde encontrar uma antena menor que encaixasse e funcionasse? - e a segunda opção seria diminuir a tensão de alimentação e, com isso, também diminuir a potência de transmissão.

Domingo retrasado, 19-05-2011, a família Trololó foi à casa do Bulha. Após uma suculenta boquinha junina feita de coração pela Bianca, a esposa do Bulha,  fomos para a guerra. Com uma fonte regulável, diminui a tensão de 12V para 8V e o ruído parou. Bingo! O Bulha sugeriu diminuir ainda mais a tensão, mas eu sabia que estava próximo do limite mínimo porque, dentro do transmissor, provavelmente existia um circuito regulador de 5V que precisaria teoricamente de uns 8V para funcionar. Testes práticos confirmaram que a tensão mínima que o equipamento funcionava sem entrar em colapso estava em torno de 7,5V.

Encontrado o caminho, sugeri que comprasse aqueles "eliminadores de pilha" ou que fosse numa loja  que venda componentes eletrônicos e comprasse uma fonte de 7,5V. Simples, mas a história não terminou.

Dias depois o Bulha me ligou dizendo que uma pessoa do trabalho iria alterar a fonte que veio com o transmissor de 12V para 7,5V e que ele "não iria gastar R$8,00 em algo que poderia sair de graça". Aquilo ficou na minha cabeça, mas não era mais problema do Pinheiro. Não era?

No dia seguinte ele me telefonou novamente dizendo que não conseguiram alterar a fonte dele. Aí eu lembrei que tinha algumas fontes de sucata, mas funcionando, e disse que provavelmente teria uma de 7,5V. Ontem, 26-06-2011 fui procurar a fonte e descobri que não possuia nada próximo a 7,5V, entretanto ainda estava em minhas mãos uma antiga fonte de um saudoso scanner TCE de 15V. Alteremos a tensão.


Antes eu medi a tensão da fonte e deu 14,99V. Coisa boa! Menos de 0,1% de erro. O mau humor começa quando lembro que a moda agora na Ásia é o encaixa-cola, nada de parafusos. Depois de quase destruir o gabinete, analisei o circuito com calma, enquanto ouvia a incrível melhora do condicionamento físico do Zeca Camargo no Fantástico e Mariah me enloquecia com as músicas do computador da Barbie. Descobri quais eram os resistores que definiam a tensão de saída e inseri um. A tensão caiu para 8,5V. Inseri outro e caiu para 7,58V. Missão dada é missão cumprida.



Olhe os resistores, logo acima do meu polegar. O do meio, menor, é o original.



setenv making_off ON
sentenv modo_inconsequente ON

Testando a fonte...


setenv making_off OFF
sentenv modo_inconsequente OFF

De manhã, vindo para o trabalho, observei que tamparam a saída do ar condicionado do ônibus (sempre congelante) com um copo do Bob's. No fundo, quem fez isso é um Pinheiro na alma.




quarta-feira, 22 de junho de 2011

Programa romântico

Como já disse, comprei uma placa para aprender e praticar programação de microcontroladores.

Aqui está uma pequena homenagem ao meu amor:


Nada mais justo, afinal no dia 25 completamos 12 anos de namoro intenso.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Questões de matemática

A família do meu cunhado dormiu na minha casa outro dia e o João, meu sobrinho, teve prova de matemática no dia seguinte. A matéria era Geometria com uma salpicada de Álgebra. Dois ângulos suplementares e a diferença de 36 graus entre eles. Qual o valor destes ãngulos?



Antigamente as escolas não davam muita atenção à Geometria e à Aritmética e enfatizavam a Álgebra, mas pelo jeito este cenário mudou. É possível que tenha mudado há tempos: se ano que vem eu completo 20 anos que fui apresentado à feitiçaria do Cálculo, estime quando foi o meu primeiro grau. Acho que os gays diriam "Abafa o caso", mas eu estudei a série do João em 1984. E em 1985 também, porque eu fui reprovado na sétima série. Abafa o caso ou faça as contas, mas informo que o meu segundo grau foi técnico, com 4 anos, e ainda cursei um ano de estágio em duas empresas.



O que motivou-me a escrever sobre esta experiência neste totem de memórias foi o fato de eu tentar ajudá-lo na matéria. Um dia a Mariah estará sentada à mesa junto comigo ou com a Luiza para também tirar as suas dúvidas. Talvez seja esta a mais nobre atividade de um pai. Eu sempre emociono-me quando vejo o desenvolvimento da filhota. Acho até que eu vou chorar quando eu testemunhar a Mariah se alfabetizando, porém anunciar choro com antecedência pode ser autoconhecimento como também pode ser hipocrisia. É melhor não chorar e não se emocionar.
 

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Agora vai

Comprei um kit para ajudar a aprender a programação de microcontroladores PIC. Para quem não sabe, um microcontrolador é um pequeno processador, um pequeno "cérebro eletrônico" como diziam nos anos 1970 e 1960. A despeito de ser mais simples e com menos capacidade de processamento que processador equivalente, o microcontrolador tem a vantagem de ser "tudo em um", dispensando componentes periféricos como memórias.



É muito comum encontrarmos placas com apenas o microcontrolador, sem mais nenhum outro circuito integrado. A aplicação mais didática para o leigo entender como estes componentes são maravilhosos é a máquina de lavar, onde ele substituiu o timer eletromecânico, um componente que funcionava muito bem, mas era caro e com recursos limitados.


Acima temos o timer eletromecânico de uma máquina de lavar roupa. O usuário girava o eixo até uma determinada posição e finalmente puxava o eixo, dando início ao ciclo de lavagem. Na parte traseira existe um pequeno motor que aciona um conjunto de engrenagens para reduzir a velocidade e no final um grande disco cheio de resaltos - tecnicamente chamados de cames - abrem e fecham pequenos interruptores internos e estes operavam a máquina atuando a válvula de entrada d'água, ligando e desligando o motor etc., numa sequência lógica e em tempos definidos.

As lavadoras de roupa atuais usam um microcontrolador e novos recursos foram implantados, como um sistema de percepção de defeitos e de rotinas de manutenção para auxiliar o técnico em um eventual reparo do equipamento.



Existem dezenas de fabricantes de microcontroladores e uma das mais populares é a Microchip, com a linha PIC. A minha ideia inicial é construir uma máquina de enrolar bobinas de cobre. Eu pretendo construir uma placa com microcontrolador e display onde eu posso inserir o número do fio para a placa comandar um motor que avance a guia do fio com maior o menor velocidade, de acordo com o diâmetro do fio. Fios muito grossos precisam de um avanço mais rápido para fazer uma camada perfeita. Com um microcontrolador é fácil também fazer a reversão: quando a guia chega no final do carretel, completando uma camada ela volta para fazer uma nova camada por cima.

Este é o kit que eu comprei.



Chegou ontem e eu só dei uma olhada superficial. A delicadeza como a minha esposa abriu a caixa é um lembrete para eu andar na linha.

Amigas para sempre

Em primeiro plano: Juliana, Mariah, Beatriz, Bruno, João Pedro, Maria Clara e Ana Beatriz.
 .

Destaque para o relógio.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Meu adorável chinês mentiroso

Já me falaram que a doutrina do Direito Comercial tolera e entende, por cultura, a malandragem, desde que em doses bem suaves e sutis. "O melhor sanduíche do mundo" não é, na verdade, o melhor, mas a lanchonete pode apregoar sem problemas, mesmo que não tenha nenhuma prova que isto seja para valer.

Mas de um tempo para cá a coisa está ficando ridícula, porque não são mais características subjetivas como o gosto de um alimento ser melhor ou pior que outro, mas grandezas físicas, que são, por natureza, normalmente mais fáceis de serem avaliadas, medidas e comparadas.

Observe este anúncio

http://www.dealextreme.com/p/160w-hi-fi-stereo-amplifier-mp3-player-for-car-motorcycle-blue-silver-sd-usb-90330

Ele diz que a potência de saída são 160W. Só que ele é alimentado por 12V. Como a potência é o produto da tensão pela corrente, para produzir 160W nas caixas acústicas, seriam necessários mais de 13 A (Ampères). Considerando uma eficiência global do aparelho em torno de 80%, o consumo do aparelho seria de uns 16A.



Basta observar a foto e ver que está escrito no painel traseiro do aparelho: 12V - 5A. O próprio conector, por sua fragilidade, duvido que suportaria 16A.

Viu como a Física III do seu segundo grau ajuda a não sermos enganados?

domingo, 22 de maio de 2011

A saga de Vigário Geral.

Ontem fomos fazer um passeio diferente. Há tempos falam de uma rua em Vigário Geral (eu consideraria aquilo Jardim América ou Parada de Lucas, mas tudo bem) que tinha algumas lojas de decoração. Luiza adora decoração e eu passei a curtir com ela.

Mas a história estava quase se aproximando da lenda de Atlântida. Algumas pessoas disseram que foram, e que "era molinho chegar lá", mas não explicavam direito, nem sabiam o nome da rua nem tampouco dizer em qual o lado da avenida Brail ficava. Assim não há navegador GPS que resolva.

Mas se existe uma coisa na vida que quase sempre funciona é a persistência. Luiza mobilizou meia Tijuca e a luz apareceu no Rei do Mate. A sub-gerente - sim, franquia do Rei do Mate tem sub-gerente - é esposa de um taxista que prometeu um dia ver o nome da rua. Eis que quarta-feira ele apareceu com a informação cuidadosamente escrita na primeira página de uma edição do Meia Hora. Na quinta-feira eu taquei o nome no Google Maps e constatamos a existência de Atlântida.

http://maps.google.com/maps/place?ftid=0x997b2237a1f225:0x646fd541a3cae41f&q=Rua+Izidro+Rocha,+Rio+de+Janeiro,+Brasil&hl=pt-BR&ved=0CA4Q-gswAA&sa=X&ei=p8LZTYKlF6TqzgWMysmlBQ

Sábado, 08:30h, a família Trololó embarcou para Vigário Geral, com escala no Engenho Novo para pegar uma amiga que estava fazendo fisioterapia no hospital que a minha mãe morreu, em 2006. Pegamos Mariah na cama e queríamos que ela continuasse dormindo na cadeirinha de bebê do carro, mas ela despertou e não dormiu. Chegamos no nosso primeiro destino do dia por volta das 09:30h e Mariah ainda estava de pijama. O enxame de flanelinhas era um indício que a coisa era boa. Como todo típico subúrbio quase Baixada Fluminense, os carros estacionavam na calçada e os carrinhos de bebê migravam para o meio da rua, aguardando um acidente com morte. Os moradores da rua entraram no clima e muitos vendiam comida e bebida, concorrendo com os chineses, que adoram comprar lanchonetes.

As lojas de decoração eram na verdade uma babel. Vendiam de tudo, inclusive itens de decoração. Parecia um sumário da SAARA, no centro do Rio de Janeiro, com preços até um pouco maiores. Mas uma loja grande, que vendia espelhos emoldurados, porta-retratos e molduras tinha preços ótimos. Ficamos loucos porque temos muitos posters e gravuras para emoldurar e quem sabe alguma moldura padrão não serve? Marcamos de voltar nos próximos 15 ou 21 dias.

Como não podia deixar de ser, fomos depois para a boquinha, a melhor hora do dia para um autêntico E66.8: o almoço. Convenci a Luiza a aceitar a CADEG no seu coração. Depois do orgasminho das lojas de Vigário Geral, não havia muito espaço matrimonial para negar. Como tudo converge contra quando o dia começa perfeito, a CADEG estava lotada e foi difícil achar mesa. A garçonete disse que naquele dia três funcionários faltaram e esperamos mais de uma hora e meia pelo nosso prato. Tudo bem, no final o dia ganhou nota 8,5.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Coisas que eu quero fazer antes de morrer

Tema batido, não? Mas o relevante é que eu estou vivo e tenho planos e projetos. A maioria não vai mudar muito a minha vida, mas não deixa de ser um exercício divertido.

1) Aprender a nadar. É, não sei nadar. Quando eu estava no Centro de Treinamento de Furnas, entre o final de 1994 e o início de 1995 a gente não tinha muita coisa para fazer além de ir a um clube. O CRAF era dos bacanas e ficava em cima (a vila, como quase tudo em Minas Gerais, ficava numa ladeira) e o CREF era o clube da plebe. Como normalmente pobre faz mais filho que o rico, o CREF era mais animado e tinha um professor na piscina. Eu quase aprendi a nadar. Aprendi a lição e Mariah já está na natação.
O que falta para executar? tempo e vontade



2) Apender a andar de bicicleta. Esta é fácil, mas eu também não sei. Quando eu era criança a minha mãe não tinha dinheiro para comprar uma bicicleta e ninguém emprestava bicicleta para um gordo de boa vontade.
O que falta para executar? em setembro eu entro de férias e pretendo aprender na bicicleta do meu cunhado. Ainda não informei este desejo ao Luiz.



3) Projetar e montar um amplificador valvulado. Fantasio muito. Fiquei pensando que um dia Mariah iria aprender a tocar guitarra e um valvulado "father made" seria um ótimo presente. Mas isto é meio delírio, não?
O que falta para executar? montar um amplificador ou qualquer coisa eletrônica exige uma técnica bem diferente de projetar ou reparar. E esta técnica eu confesso que não domino bem. Além do mais, válvulas não são a minha praia. Seria um grande e talvez divertido aprendizado. Outra coisa que impede é o custo: inicialmente pensei em usar válvulas KT88 na saída, que juram dar 100 Watts, mas eu não acredito muito, principalmente as KT88 chinesas. Depois, por redução de custos, já estou me contentando com a KT66 e 50 Watts.

Imagine esta menina linda acesa, emitindo aquela luz amarela


4) Aprender um instrumento musical. Sonho antigo, mas a preguiça e a falta de prioridade imperam. Precisaria comprar um instrumento e eu pensei, a princípio, em um teclado. Por que gordos adoram teclado?
O que falta para executar? Vontade.



5) Fazer um curso de desenho artístico. Eu sempre gostei de desenhar e invejo os bons desenhistas. Tem um curso na praça Saens Peña que eu já sondei, mas aí eu tiraria a manhã de sãbado a minha família
O que falta para executar? Vontade.



6) Morar no exterior. Minha esposa e a minha filha possuem cidadania espanhola. Morar em Madri me atrai, mas é uma medida muito radical e provavelmente irreversível o suficiente para fazer eu hesitar muito. A recessão espanhola também é um impedimento a curto prazo.
Entre morar na Europa e nos Estados Unidos, a primeira tem mais o meu jeito. Eu e a minha esposa somos muito urbanos, gostamos de andar de metrô, ver gente nas ruas, a cidade com um centro real, onde é possível ter um pouco de tudo, inclusive indigentes e camelôs, pois eles também fazem parte do cenário. Gosto ver poluição, monumentos, museus e o colesterol do tráfego de veículos em ruas projetadas na Idade Média. Gosto de ver gente na calçada e saber o que estão vestindo e imaginá-las se despindo.
Este papo de só ver humanos quando se olha para dentro dos carros ou em shoppings e supermercados não é muito o meu perfil.
O que falta para executar? Ligar o "que se dane!"



7) Fazer mestrado. A Mariah está na iminência de demandar um pouco menos de atenção e permitir que eu volte a estudar a noite. Acho que em 2012 rola.

O que falta para executar? A Mariah amadurecer mais.

A bolha

Participo de uma lista de discussão sobre microcontroladores PIC. De eletrônica até que conversamos pouco, mas o que tem de Off Topic interessante não dá para descrever. Este chegou agora, fresquinho, fresquinho, de um curitibano que mora desde 1993 em Orlando, FL:

"Só para comparar, hoje uma casa razoável em Orlando, ar condicionado, 180m2, em bom local, etc, custa em torno de $200 mil, sem dar bolas para os preços loucos do mercado, que se consegue comprar a mesma casa em "short sale" por $60 mil nos bancos. "Short Sale" é quando o banco recuperou uma casa de quem foi à falência e tinha financiamento naquele banco, e hoje o banco quer se livrar da casa por preço abaixo do mercado. O salário mínimo americano na Florida é $7.31 por hora, ou $15204 por ano. Isso significa que aquela casa de $200mil custa 13.5 anos para ser paga."

200 mil dólares dá cerca de 320 mil reais. Então um apartamento de 80m2 na Tijuca está custando mais que uma casa de 180m2 em Orlando!

Por 96 mil reais você pode comprar uma casa tomada pelo banco (a tal da "Short Sale"). O mesmo que um cafofo em Madureira.



Quando esta bolha estourar vou sumir por uns tempos para não encontrar vários amigos meus chorando no meio-fio da calçada a lamuriar os seus financiamentos irreais.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dicas de viagem para a Europa 2

No primeiro post eu disse que para fazer múltiplos destinos seria preciso comprar a passagem por meio de uma empresa agente de viagens, porque pela Internet não era possível.

Descobri um site que permite a opção de múltiplos destinos

http://www.edreamsviagens.com.br/

Alí você pode comprar uma passagem para Madri, depois de Madri para Paris e de Paris para o Brasil.

De qualquer forma, eu continuaria comprando numa agência de viagens honesta, mas fica a dica.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eu odeio o Chacrinha

Sábado a minha esposa, passando pelos canais, parou no Viva, pois estava reprisando o programa do Chacrinha e o conjunto nos chamou a atenção. Não foi possível descobrir a data exata do programa, mas a Sarajane mandando abrir a rodinha indicava algo em torno de 1986 ou 1987.

A qualidade da imagem estava perfeita, parecia que o programa tinha sido gravado ontem. A Globo realmente tem um sistema de gerenciamento e principalmente conservação de arquivos excelente. Basta comparar com as novelas da Rede Manchete que o SBT comprou para comprovar o quanto é difícil e caro conservar uma mídia magnética. (Pode-se argumentar que a Rede Manchete, uma vez falida, não conservou as suas fitas de forma adequada por anos, mas eu duvido que um programa com mais de 20 anos de armazenamento na mão da Record, Rede TV! ou menos SBT mantenha uma qualidade de imagem tão boa).

Tecnicamente, é mais fácil conservar o áudio das fitas que o vídeo. O vídeo é mais sensível e o olho humano menos tolerante que o ouvido, entretanto a despeito da imagem ótima, o som estava ruim, difícultando ouvir os playbacks. Não ouvi nada além de playback.

Mas eu sempre odiei o trabalho do Chacrinha e argumentar que ele é copiado até hoje é uma verdade que só denigre a televisão brasileira. O programa "Cassino do Chacrinha" era de um mal gosto atroz e não passaria imune à marcação dura dos politicamente corretos atuais.

Sarajane se apresentava com um top solto em baixo e sem sutiã, a toda hora quase mostrava os peitos.


SETENV momento_tarado ON

É evidente que foto da Playboy é sempre suspeita de Photoshop mesmo antes do Photoshop, mas a princípio ela tinha uma bundinha maneira...




SETENV momento_tarado OFF

Paulo Cesar Grande foi entrevistado com um blusão branco um pouco transparente com um maço de cigarros no bolso.


Paulo Cesar Grande já teve cabelos. Uma verdadeira pornografia!

A técnica da Globo de aproveitar quem se destaca nas novelas ou programas de humor para ir nos programas de auditório é velha, não foi inventada pela produção do Fausto Silva.

As dançarinas usavam um maiô todo enterrado e, quando a câmera se aproximava da vagina de uma delas, esta fazia movimentos obsenos.




O cenário fazia referência ao clássico jogo da roleta

O público que formava a plateia era basicamente de estudantes uniformizados. Os uniformes do município do Rio de Janeiro indicavam que eram alunos de primeiro grau, a maioria menores de 15 anos porque a prefeitura do Rio não tem escola de segundo grau.

Chacrinha jogava na platéia os famosos "vegetais de duplo sentido" que o Casseta e Planeta tanto comentava, como pepinos e mandiocas.

Mas a maior afronta foi mesmo o Lobão de barba feita, impecável, com blusa branca cantando playback de "Vida Louca Vida".

Tudo isso nas tardes de sábado dos anos 80. Que descanse em paz, anos 80.

O Brasil é bom para quem é rico

Uma professora amiga do meu irmão mais velho casou com um diretor de uma gigante multinacional alemã, uma das maiores empresas do mundo. Eles se conheceram porque a empresa a contratou para ensinar português para o comedor de chucrute. No início o cabra estranhou o Brasil. A nossa cultura é muito diferente da alemã, a despeito de termos recebido muitos alemães a partir do século XIX.

Concluído o ritual de adaptação, o executivo adorou o país. Não pelas suas belezas naturais nem pelo calor do nosso povo, mae pela mordomia e pelas vantagens de fazer parte dos extratos mais elevados da nossa sociedade. Porque para quem é rico a vida aqui é muito boa, tendendo ao paraíso: ele tinha carros com motoristas para a família, morava num apartamentão com vários empregados domésticos, os melhores médicos, as melhores escolas para os filhos. Os eventos empresariais e as reuniões com governadores de estado e o presidente da república indicavam o alto nível do seu status. O dinheirão de salário era "um plus", como diria o ministro do STF.

Anos depois ele foi chamado de volta para a Alemanha. O seu periodo de provação no Terceiro Mundo havia chegado ao fim e ele foi considerado digno de voltar do exílio e receber uma promoção. Voltou para um apartamento de 2 quartos, o filho continuou os estudos em uma escola pública, talvez a mesma do filho do eletrcista. Sem empregados domésticos e sem motoristas, teve que voltar a dirigir o próprio carro e reaprender a lavar o prato que come. O rei perdeu o trono.

Por outro lado, para quem é pobre, o primeiro mundo é o paraíso. A prima da minha esposa é operária em uma indústria de produtos cirúrgicos no norte da Espanha (quase divisa com a França, aquele país que não entende nada de máquinas) e o esposo dela é o mecânico da mesma fábrica. Se eles vivessem no Brasil em profissões equivalentes, morariam longe, em um bairro horrível como Inhaúma, num apartamento quente e apertado e teriam um Chevette 84. La, eles tem qualidade de vida e um Tucson zero na garagem.

sábado, 7 de maio de 2011

Vaidade feminina

Mariah descobriu como é lindo pintar as unhas com desenhos de flores.




A parte de baixo do olho estava avermelhada por causa de uma pequena infecção causada por uma bactéria no mês passado (abril de 2011)