sexta-feira, 30 de março de 2012

O poder do cofrinho

Luiza comprou um chocolate cuja embalagem de metal poderia ser reaproveitada como um cofrinho. Virou uma curtição coletiva e em menos de um mês encheu (o cofrinho é pequeno).



R$ 63,70

Uhu!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Como economizar o seguro do carro

No Rio de Janeiro, algumas pessoas estão substituindo o seguro do carro por um adesivo. A maioria nem professa a Umbanda.

Testemunhas dizem que funciona e não cobra franquia.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vinte anos

Não são cinco, não são dez. São vinte anos. Em março de 1992 eu virei aprendiz de feiticeiro e comecei a estudar Cálculo Integral e Diferencial 1, Física 1 e outras insanidades úteis.


Esqueci de comentar e comemorar esta data com o Bulha. Aguardemos um outro Coliseu das Massas.

Aproveitei para relembrar com o Rafael, um amigo de trabalho e faculdade, o nome de todos os professores do primeiro periodo. Alguns esquecemos pois o velho Alzheimer não é tolerante conosco. Ou eles não foram importantes para nós.

Ainda lembro alguns professores dos meus contatos imediatos de primeiro, segundo e terceiro graus, outros eu esqueci completamente. Esta história que só lembramos dos dedicados é pura balela, pelo menos comigo: não vejo nenhuma correlação entre os que eu me recordo, pois estão na minha memória carismáticos, secos, antipáticos, alegres, conselheiros, dedicados e enroladores.


Eu vejo a Mariah na sala brincando sozinha, reproduzindo fielmente a aula com todos os trejeitos e falas da professora, incluindo broncas e gerenciamento da rodinha de alunos e fico refletindo como a escola é importante para a nossa formação. Ela é mutio observadora e eu sinto que ela adora a sala de aula e os coleguinhas - genes da Luiza - e atualmente as "melhores amigas" estão mudando, uma verdadeira dança das cadeiras afetiva. Realmente, no fundo, os adultos imitam as crianças.



Mas a despeito deste post aparentemente melancólico, eu não estou. Só estou um pouco surpreso como passou rápido e se alguém há 20 anos atrás, naquela sala de aula calorenta do bloco E do CEFET/RJ, me dissesse como seria a minha vida em 2012 eu ficaria eufórico.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Teatrinho 0800

Flávia conseguiu uns convites para uma peça de teatro no Shopping da Gávea. Na saída encontramos o professor de música.



Aniversário da Luiza

Para não deixar passar em branco, um bolinho de chocolate faz milagres.



Madrugada de sexta...

Cena 1/Quarto do casal/Madrugada de quinta para sexta

MARIAH: Posso dormir com vocês hoje?

LUIZA: Filha, a cama é pequena. Vai ficar muito apertado.

MARIAH: É só sair um.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Ser pão duro atrapalha o destino

No final de novembro de 1994 eu fui enviado para uma cidade no sudoeste mineiro que até então eu nem sabia que existia para fazer o curso de formação de operadores de Furnas. Eu tinha 22 anos e foi a primeira vez que eu saí de casa para morar em outro lugar.

Teoricamente era possível voltar toda a santa sexta-feira para o Rio de Janeiro, só que a logística era complicada. Para se ter uma ideia, o caminho mais conveniente era viajar de ônibus durante seis horas até São Paulo, SP, e depois pegar outro ônibus para ir para o Rio de Janeiro. Eram 12 horas indo, 12 horas voltando para um final se semana de apenas 2 dias. Não valia a pena e até final de fevereiro de 1995, quando terminou o curso, poucas vezes eu retornei ao Rio.

O curso era dentro da vila que foi construída ao lado da usina, um povoado isolado e um pouco decadente de menos de cinco mil pessoas que ainda guardava aquele estilo original de cidades pequenas dos Estados Unidos: ruas largas e quase sem trânsito de veículos, casas sem muro e muita, muita grama. Era bonito e tedioso. A cidade média mais próxima, com uns cem mil habitantes, Passos, estava a 40km de distância e o acesso era por meio de uma estrada que ficava entupida de caminhões na época da colheita da cana-de-açúcar.

Com o dinheiro entrando, foi possível desenvolver sofisticadas técnicas de economia. Alias, quando eu vi o meu nome na lista de aprovados publicada no Jornal dos Sports eu pensei no ato: "Beleza, trabalho duro durante 10 anos e monto a minha oficina autorizada da Philips ou da Philco e nunca mais terei patrão". Mas o tempo, o sábio, mostrou que isto era a coisa mais idiota que uma pessoa poderia pensar.

Poucas almas entendem, mas juntar dinheiro e vê-lo crescer é um prazer até maior que gastá-lo para algumas pessoas. Eu, por exemplo. Aliás, para quem gosta de juntar dinheiro, gastar é um tormento, a menos que:

1) Esteja realmente muito barato e precise do produto ou serviço;

2) Seja um sonho muito, muito antigo e, como tal, consolidado e sedimentado. Sua realização dará um prazer que superará o prazer de juntar dinheiro;

3) Seja para comprar algo que produza mais dinheiro, como uma autonomia de taxi. Eu nunca esqueço que brincava com a minha psicoterapeuta que o meu primeiro carro seria uma Kombi para ganhar dinheiro fazendo frete nas folgas.

O resultado é que em apenas 10 anos, já casado, conseguimos comprar um apartamento a vista. Eu tinha apenas 32 anos. Saudades desta época de juros altos do segundo governo Fernando Henrique e primeiro governo Lula e mais saudades do tempo que eu era uma máquina de juntar dinheiro. A máquina hoje está enferrujada.

Voltando ao curso de formação, o meu foi particularmente especial: pela primeira vez na história de Furnas duas mulheres estavam fazendo o curso para serem operadoras. Uma delas, a Dagmar, se tornou minha amiga-quase-irmã até hoje. Pena que ela mora em Goiânia.

Nossa afinidade e tão grande que ela sempre me telefonava quando eu estava triste, num momento difícil. Parece que ela adivinhava. Mas ninguém acredita nestas coisas espirituais mesmo, então deixa para lá.


O selo da nossa afinidade foi quando a filha dela nasceu no dia do meu aniversário. Não acredita? E se eu contar que a Mariah iria nascer no dia do aniversário da Dagmar? Sabe qual é a chance disto ocorrer ao acaso?  Uma em 133 mil.



Mas por que a Mariah não nasceu no dia do aniversário dela? Porque o médico obstetra que acompanhou a gravidez da Luiza era um profissional conceituado, professor universitário, cuja tese de doutoramento foi sobre uma doença que a Luiza tinha. Ele cuidou do mal e do nosso problema de fertilidade. A Mariah é, sem duvida, uma testemunha da sua competência. Só que médicos assim são caros.

Quando a Luiza engravidou, a escolha do mesmo medico que nos tratou para ser o seu obstetra foi natural. A medida que a gestação chegava ao fim, eu comecei a perguntar à Luiza se o medico já tinha acertado com ela o valor dos honorários do parto. Como um bom "pão duro certified" eu sentia que a conta seria salgada como um bacalhau do Porto, porem não imaginava que fosse tao salgada.



Segundo a Luiza, ele só informou o valor dos honorários faltando uns 10 dias para o parto. Primeiro eu fiquei boquiaberto com o fato do parto estar marcado para o dia do Aniversário da Dagmar, depois eu fiquei mais boquiaberto quando vi os valores. Eram de 3 a 4 vezes o limite de cobertura do plano de saúde.

Na primeira noite nós não dormimos. Na segunda noite nós não dormimos. Na manhã terceiro dia nosso espiríto inconformista falou mais alto e partimos à ação. Por sorte, na época do parto da Mariah, muitos amigos também ganharam bebês. Pegamos o telefone de vários obstetras e começamos a tentar.



Depois de um ou dois dias a Luiza conseguiu o telefone de uma outra obstetra. Ela tinha feito o parto de um primo da minha esposa. Conseguimos marcar a consulta por encaixe e ela aceitou fazer o parto, só que como estava muito em cima, a data foi atrasada em 3 dias. Assim, Mariah quase nasceu no dia 25 de janeiro.

E como a médica era credenciada do nosso plano de saúde, não gastamos um tostão, apenas assinamos papéis. What a wonderful world.

segunda-feira, 12 de março de 2012

É um processo

Nas minhas fantasias, o desmame da Mariah seria algo meio radical: a partir de hoje não mama e pronto. Isto talvez funcione com crianças bem pequenas, com menos de um ano, entretanto com uma criança de quatro anos a coisa é mais complicada. Ou será que eu e a Luiza fizemos a coisa ficar mais complicada?

Um vídeo famoso do Youtube, que trata do consuminsmo e da poluição, afirmava que a amamentação é o mais nobre ato de nutrição da vida de uma pessoa. Eu digo que é bem mais que isto, porque amamentar é carinho, afeto, segurança, renúncia e, claro, nutrição.

Esta semana foi decisiva. A madrinha passou 5 dias conosco, fazendo um curso, e dormiu com a Mariah no quarto e desde segunda estamos indo muito bem. Aos poucos o mamilo vai perdendo o sentido e a vida continua.

Não podemos menosprezar a criança. Ela sente a pressão por todos os lados. É a pediatra, a escola, a mãe, o pai. A gente compreendia a dificuldade e procurava tornar o processo menos doloroso. Quando ela olhava nos meus olhos e dizia: "Mas, pai, eu não consigo!" dava vontade de abraçá-la com toda a minha força e chorar.

Mas tudo tem o seu tempo e Deus sabe o que faz. Este consolo nos dá uma grande tranquilidade. Agora é o momento e ela está bem, conseguindo.

Te amo muito, filha.

sábado, 3 de março de 2012

La dolce vita

O brasileiro consome 50 quilogramas de açúcar por ano.

http://www.usp.br/agen/?p=10067


Quando anunciaram isto na TV eu e a Luiza ficamos um tempo perplexos, olhando um para o rosto do outro. Aquela coisa do "não é possível!" que depois vira uma piada velha: "estão comendo açúcar por mim!".

Cinco gotas de adoçante equivalem a uma colher de açúcar. É o que está na maioria das embalagens. Se colocarem na contabilidade este açúcar travesti que atende pelo nome de aspartame, cliclamato, sucralose aí sim a gente precisaria de Araldite para o queixo.

Considerando o ano como 50 semanas mais duas de dietas fracassadas que quase todo brasileiro faz e facilita a minha conta, dá um quilograma por semana. Jesusmariajosé. É melhor pegar os 50 e dividir por 365.

setenv piada_idiota on

"366! Porque este ano é bissexto..."

setenv piada_idiota off

137 gramas por dia. Estou atormentado com o resultado. Será que eu não sou um brasileiro médio? Fiz as contas e uma lata de refrigerante tem de 20 a 25 gramas de açúcar, no entanto eu só bebo refrigerante sem açúcar e, mesmo assim, estou tentando diminuir. Bem, tem que lembrar que o pão, as conservas e diversos  produtos industrializados usam açúcar na receita, ainda que o produto final não apresente gosto doce.



A verdade é que a indústria alimentícia infestou a nossa mesa de estimulantes sensoriais perigosos quando consumidos em excesso. Temos nos empanturrado destes produtos porque a fábrica quer vender e esta é, em última análise, a função destes aditivos. O mais famoso certamente é o sal, porque é eficaz e barato, assim como o açúcar e o glutamato monosódico.



Como um vício, com o tempo e sem perceber, passamos a exagerar quando preparamos os nossos alimentos e conscientemente tentamos nos livrar da indústria. Quando peço um suco na rua eu tento me policiar para não colocar adoçante antes de provar se o suco realmente precisa. É simples, sem custo extra e rápido: basta rasgar um ou dois (depende do seu nível de dependência) sachês e pronto: aqui está um delicioso e superadoçado suco de manga com leite. Este faz mal.

A comida da minha mãe sempre foi considerada como quase sem sal. Ela justificava dizendo que se habituou desde o primeiro enfarto do meu pai, mas eu nunca achei a comida da minha mãe salgada simplesmente porque o primeiro pire-paque do meu pai foi anterior ao meu nascimento e, por falta de grana, era muito raro a gente comer na rua e nunca liguei muito para salgadinhos industrializados.

Quando eu comecei a trabalhar, passei a me alimentar com frequência na rua e naturalmente a minha tolerância ao sal e aos outros aditivos foi aumentando. Depois eu conheci a Luiza, dominatrix de salgadinhos e tudo que é besteira deliciosa, e acabei com o pé na Jaca do Mau Caminho. Hoje qualquer um que não seja mexicano fica assustado com a minha desenvoltura com o molho Tabasco.


Sou da teoria que sal, açúcar e glutamato deveriam ter a carga tributária maior que o cigarro, para pagar os custos que o consumo exagerado destes alimentos geram ao sistema público de saúde. Mas já imaginou contrabandistas atravessando a Ponte da Amizade com sacos de sal?

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Humilhações

Ontem foi uma moradora de Duque de Caxias fazer faxina na minha casa. Como eu tinha um compromisso fora do meu local de trabalho, saí um pouco mais tarde e tive a oportunidade de conhecê-la brevemente. Estamos fazendo um test-drive porque procuramos uma empregada doméstica para assinar a carteira, mas ainda não encontramos uma que se enquadrasse bem nas nossas expectativas. Bem, na verdade encontramos, mas ela está empregada e relutante em sair.

Ao chegar em casa eu peguei as impressões que a minha esposa teve da profissional. Em algum momento da conversa Luiza relatou que, numa das residências em que esta senhora trabalhou, uma patroa jogou um pano de chão sujo no seu rosto.

Tratar os mais fracos e humildes desta forma indica bem o caráter de uma pessoa. Ainda existe muita cultura de senzala no relacionamento entre patroas e domésticas, algo que nunca me chamou muito a atenção. Descobri que só sendo negro para saber o que o negro sofre. O mesmo é válido para os gays, gordos e empregadas domésticas.

Poucos amigos meus sabem que eu sou neto de uma empregada doméstica. Acho a história de minha avó chocante e interessante, mas eu não lembro de ela relatar maus tratos e humilhações ( o que não quer dizer que ela não sofreu ).



É comum, nos jornais, compararem a atual crise iniciada em 2008 com a crise de 1929. Em breve teremos vários Newtinhos nascendo por aí. Eu explico: a minha avó materna era colona de uma fazenda no interior de Vassouras, região produtora da café na época. Os livros de história contam que a cotação do café despencou com a crise de 1929 e a situação financeira da fazenda ficou bastante difícil. Sobrou para a família da dona Dulce pagar parte do pato e sair da fazenda em direção ao Rio de Janeiro. Sem esta ajuda do cruel destino, a dona Dalva jamais teria conhecido o meu pai.




Por volta de 1931, quando a minha mãe estava com uns 5 anos, a minha avó migrou para a casa de uma irmã em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O meu avô saiu de Vassouras antes, tentando sem sucesso a sorte na capital, e desapareceu. Anos depois, quando o Dalton, meu irmão no. 4, nasceu, uma lavadeira que apareceu para ajudar a minha mãe com as fraldas de pano disse que sonhou com o meu avô. Ela explicou que o sonho a deixou atordoada e que o meu avô tinha se tornado alcoólatra, foi atropelado por um caminhão de uma cervejaria e morreu, sendo em seguida enterrado como indigente. Ainda no sonho, o meu avô pedia perdão e orações.


Verdade ou ficção, a minha mãe sempre lembrava desta senhora lavadeira. Disse que passou a acreditar nela no dia anterior, quando relatou um outro sonho com a família da minha avó e falou o nome de vários tios e tias e esta senhora certamente não conhecia a família da minha avó.

Dona Dulce migrou para o Rio de Janeiro com a minha mãe e o meu tio. Imagine a barra de ser abandonada pelo marido e sair de uma fazenda para uma cidade hostil e sem nenhuma qualificação nos anos 30 e ainda com duas crianças com menos de 10 anos. Só lhe restou o trabalho como empregada doméstica. Pelo jeito trabalhava bem e tinha virtudes, pois um conceituado  economista da primeira metade do século XX a contratou para cuidar da casa da amante e no enterro da minha avó os filhos da última patroa que ela ajudou a criar surpreendentemente apareceam, numa demonstração de gratidão maravilhosa. Eram pessoas que eu só conhecia de nome, pelas boas lembranças que a minha avó tinha da família e pela saudade que sentia dos pequenos que cuidou como se fosse a mãe.

Suas roupas mostravam que não eram do nosso mundo, afinal sair da Urca para um enterro em Inhaúma só com teletransporte. O Rio de Janeiro é tão grande que chega a ser cruel. Falam que a cidade é linda, mas eu sempre vi a cidade pelo meu cotidiano de subúrbio e baixada fluminense e a perspectiva de quem observa a cidade por este ângulo é péssima: muita construção, mas pouca arquitetura, muito cimento, mas pouca árvore. O Rio de Janeiro é feio para diabo.

A Carla era linda de levantar os defuntos das capelas vizinhas e o Luís Felipe era bem apessoado com o seu rosto de engenheiro. Acho que o pai deles também foi e consolou a minha mãe. "Ela cuidou dos meus filhos até o momento necessário", teria dito, segundo relatos de mamãe. Nesta última família a minha avó já estava com uma certa idade e foi naturalmente deslocada para cuidar das crianças. Uma outra empregada fazia o serviço mais pesado. Claro que o temperamento da minha avó não melhorou e as histórias de brigas entre as duas empregadas viraram clássicas anedotas no lar dos meus pais.


Fico imaginando quantos filhos de patroa foram nos enterros das babás. Provavelmente é um evento raro. Eu entendo que a profissionalização e os questionamentos na justiça mudaram muito o perfil da profissão de trabalhador doméstico. O carinho que raramente se via das patroas com as profissionais deve desaparecer, mas ontem constatei que a humilhação na senzala continua bem forte.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Contando histórias

Quatro anos e Mariah mama. Ainda. No peito. Acho que é a única criança da creche que ainda não largou o seio da mãe. O consolo é que ela nunca gostou de chupeta e mamadeira.

A gente sente que ela quer parar, mas não consegue. É mais forte que ela este hábito com perfil de vício.

Ontem ela pediu para que eu deitasse do lado e contasse uma história. Contei a dos Três Porquinhos para mostrar o quanto eu sou criativo, o Sherazade da Tijuca. Terminada a história, após a queima do bumbum do lobo mau que tentou entrar na casa de pedra por meio da chaminé acesa, um silêncio tomou conta do quarto. Uns 40 segundos se passam e ela pede uma outra história. Contei então a da Bela e a Fera, porque vimos o filme no cinema recentemente e a trama estava viva na memória de todos. Dormiu antes da Fera voltar a ser o belo príncipe. Difícil foi o grande rei se levantar da cama sem acordar a princesa em processo de desmame.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Carnaval



Pic-Nic de Carnaval

Numa manhã de Carnaval juntamos as crianças numa pequena e pouco conhecida pracinha para fazer um Pic-Nic. Nestas horas é que eu dou realmente valor ao trabalho das professoras...







quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Game over

Recebi hoje um e-mail estranho. Perguntava se eu sabia que um amigo em comum tinha morrido. Amigo jovem, magro, com aparência saudável. A gente leva um susto e prefere sinceramente que seja uma brincadeira, um engano, um deboche ou uma pegadinha.

Antero foi um dos poucos amigos que eu fiz graças ao hobby de pinball. Conversávamos horas sobre o tema. Depois esfriei. Ele parecia que não. Pelo amor aos pinballs ele trouxe uma Kombi velha de Poços de Caldas até Nova Friburgo com uma escala na minha casa. Parece uma maldição: ano passado o local que ele comprou as máquinas foi um dos mais afetados pela tragédia na região serrana e agora perdemos o Antero.

Minha mulher gostava muito dele, embora por serem teimosos do tipo cabeça de pedra, viviam discutindo e discordando de assuntos banais e era bem divertido testemunhar o debate.

Antero, numa dessas viagens ao Rio de Janeiro, esqueceu o travesseiro de viagem na minha casa, aqueles que fazem a gente dormir rápido mesmo nos locais mais insalubres. Meu sobrinho acabou dormindo com ele um dia sem saber.

Esta foto marca o dia que ele buscou o travesseiro. Desta vez foi de carona numa picape de um amigo.






Deixa viúva e duas meninas pequenas.


Que Deus te acolha e te dê a santa paz.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Diversidade

Ontem foi a festa de aniversário da filha de um grande amigo meu. Ele é judeu e pela primeira vez vi um pão a metro kosher. Aliás, nunca imaginei que poderia existir um pão a metro kosher.

Hoje, no final da manhã, fui entrevistado por uma professora muçulmana.

Sou cristão e esta diversidade é que ajuda a manter o Rio de Janeiro lindo e fascinante.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Quatro anos

Dia 28 foi o aniversário da Mariah. E foi a festa também. Aproveitamos que o prédio do meu irmão no. 5 (André) tem salão de festas e fica distante não mais que 150m da nossa rua e fizemos a festa lá. Obrigado, Dequinho. :o)

Desta vez mamãe e papai, felizes e orgulhosos como nunca, terceirizaram a tarefa de fotografar a festa e este setor ficou a cargo da Fabiana Fiorio.










sábado, 11 de fevereiro de 2012

As Leis de Walter Latt Junior

Conheci o Latt em 1995. Eu estava em Furnas me preparando para ser operador e por um tempo visitei os setores do Departamento de Equipamentos Eletrônicos, DQE.O, e o Latt estava num laboratório interno desenvolvendo um circuito eletrônico para adaptar uma antiga remota de supervisão REDAC-70. Na época eu fazia engenharia e aquilo foi uma alegria e um sinal de esperança: ainda desenvolviam alguma coisa neste país.

O curioso é que o Latt era engenheiro especializado em elétrica, não em eletrônica, e, sem a menor dificuldade, programava microcontroladores em assembly. Basta informar isso para ver que não era uma pessoa normal, ele foi simplesmente um dos melhores engenheiros que eu conheci na vida.

Mas tarde, quando passei no concurso para engenheiro de Furnas, escolhi ir para a divisão que o Latt trabalhava, a DSCA.O, só que, logo depois, por questões pessoais, pediu transferência para Minas Gerais e, até onde eu saiba, está lá até hoje.

Tive pouco contato com o Walter, portanto, mas volta-e-meia ele aparecia em Botafogo e lá íamos eu, o Castello e o Latt tomar um chopp no botequim do seu Natal, que ficava em frente. Aliás, foi uma época extremamente feliz da minha vida, mas como eu ia toda a quinta-feira beber com a turma, Luiza já estava ficando preocupada.

Mas, voltando ao assunto, o Latt foi responsável por três leis que se mostraram imutáveis e eu nunca me esqueci.

Primeira lei) Na sua primeira viagem à Europa, no dia 1 ficarás maluco convertendo tudo para real e se desesperando, no dia 2 ficarás maluco, também. Finalmente no dia 3 mandarás tudo para a PQP e curtirás o passeio. Na prática, você e sua mulher gastarão 200 dólares por dia mais a passagem aérea do Brasil para a Europa.



Comentário: ao voltar, em 2005, fiz os cálculos na ponta da caneta e a lei funcionou com uma precisão impressionante. Isto em 2005; o desafio agora será manter a Primeira Lei de Latt com esta zona que está a economia e com a Mariah.

Segunda Lei) Negociarás à exaustão, mas nunca se esqueças quem está com o porrete.



Comentário: quase sempre, numa negociação entre dois agentes, há alguém com mais poder. É importante estar bem claro quem tem este poder maior, principalmente se não for você.

Terceira Lei) Uma vez perguntaram a razão do Latt nunca ter se tornado gerente, um nome mais simpático para chefe, mas na época o termo foi "chefe" mesmo. Esta lei não foi dita pelo Latt, mas por um gerente, que poderia estar na cômoda e hipócrita posição de simplesmente dizer que ele não tinha o tal "perfil". Num surto de sinceridade, o tal gerente solta esta:

- Mas, se o Walter for chefe, quem vai fazer o serviço?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

IPTU a vista ou a prazo?

A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro oferece um desconto de 7% se o contribuinte optar pelo pagamento a vista. Bem, você pode pegar este dinheiro e colocar no mercado financeiro e conseguir mais de 7% com os juros. Faz sentido, mas quanto terá que ser a remuneração do seu capital para ser mais interessante que o desconto da prefeitura? Entra em cena a planilha eletrônica.


Vá em Inserir e depois em Função:


Clique OK e defina os parâmetros. Considere que o seu IPTU seja de R$100 e você tinha o dinheiro para pagar a vista. Neste caso a sua dívida com a prefeitura era 7% menor, isto é, R$93. Mas você quer pegar estes R$93 e colocar numa aplicação financeira.


Nper é o número de prestações. 10, no caso do IPTU.
Pgto é o pagamento da prestação. Como você optou por pagar a prazo, perderás o desconto e o seu IPTU será de R$100, pagos em 10 parcelas de R$10. Como este dinheiro está saindo do seu bolso, a convenção diz que temos que colocar um valor negativo.
Vp é o Valor presente é o dinheiro que você tem investido, no caso, os R$93 que você teria para pagar a vista, mas não aceitou.
Vf é o Valor futuro. Você quer que este dinheiro acabe no momento que pagar a última prestação. Com isto saberemos os "juros limite", que eu explicarei mais adiante.
Finalmente Tipo é a forma como você vai pagar a prestação. Como o primeiro pagamento é no dia 10 de fevereiro e não no dia 10 de março, tem que escolher 1 (pagamento no início do periodo).

O resultado é 0,016507249 ou 1,65% ao mês. Este é o juro limite: se a sua aplicação pagar mais que 1,65% ao mês, você fez um bom negócio em pagar o IPTU a prazo e abrir mão do desconto. Por outro lado, se a sua aplicação render menos que 1,65%, significa que é melhor você aproveitar o desconto, pois não vai conseguir compensar estes R$ 7 nos juros da aplicação financeira.

Considerando o rendimento atual dos fundos de renda fixa e poupança e que algumas aplicações ainda pagam imposto de renda e taxas de administração por parte das instituições financeiras, eu diria, com boa segurança, que dificilmente você vai encontrar uma aplicação que tenha um desempenho melhor que o desconto da prefeitura. Eu aceitarei a oferta do Eduardo Paes e pagarei a vista.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Queremos ver neve!

Windows 7 tem os seus mimos. Instalamos uma quinquilharia virtual que mostra a previsão para os próximos dias do tempo e temperatura. Desde que começou o verão acompanhamos a temperatura em Sabiñánigo, terra da família da minha esposa, e torcemos pela neve.



Nestas horas eu lembro que a adaptação do meu sogro não foi só o idioma, né? Mas ele gostava do Brasil, até porque neve é muito legal na tela do computador, mas imagine morar numa cidade nos Pirineus Aragoneses que neva todo o ano.