segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Dona Mariah e seus três carrinhos


A história da infância da Mariah se confunde com a história dos seus carrinhos de bebê. Em 2007, antes dela nascer, nós compramos um Graco com bebê conforto. O problema é que este Graco foi projetado para famílias norte-americanas, com aqueles carrões, e transportá-lo num Fiat Uno era uma longa e incômoda engenharia e isto só foi percebido quando montamos o carrinho.


Cochilinho no Graco
Na pracinha


Depois de alguns meses enrolando a Luiza, compramos um carrinho tipo “guarda-chuva” baratinho, daqueles que nos EUA são vendidos por uns quinze dólares e alguns brasileiros compram quando estão com crianças pequenas em férias em Orlando. Aqui, numa loja do Shopping Tijuca, saiu por uns cem reais. Uma semana depois a Luiza foi sorteada em uma promoção de uma pequena loja de roupas para bebês e o prêmio foi justamente um carrinho de bebê guarda-chuva da Burigotto.

Made in China

Burigotto.


Três carrinhos de bebês e um apartamento. Começou a gerar uma incongruência de espaço e um sentimento de culpa, afinal há crianças pobres sem carrinho de bebê! O chinês de cem reais foi fazer a alegria de alguém que eu nem sei quem é porque foi a Luiza que tratou da doação.

Tempos depois, o carrinho Burigotto não agüentou os pais da Mariah, pois colocávamos compras de supermercado na parte inferior, sobrecarregando-o e um ou dois rebites se romperam. O carrinho foi encostado aguardando tempo para levar na autorizada da Burigotto, que fica na nossa cidade, mas um pouco longe.

Em setembro de 2010 nós viajamos à Orlando e descobrimos que os carrinhos que a Disney aluga nos parques além de caros não permitem que a criança durma e era importante que a Mariah dormisse no periodo da tarde para agüentar a rotina cansativa das férias. Compramos então um novo carrinho guarda-chuvas. Desta vez um Chicco por uns 120 dólares.

Três carrinhos e a incongruência voltou. Decidimos desta vez vender o Burigotto no Balcão ou no Mercado Livre. Para vendê-lo, seria necessário consertá-lo. E ficamos alguns meses com o carrinho no famoso quartinho de tralhas. Apartamentos antigos tem estes pequenos mimos.

Em Janeiro ocorreu uma tragédia na Região Serrana. Quase mil mortos. Decidimos doar o Burigotto para as vítimas de Nova Friburgo. Pelo menos ele teria um fim digno, mas somente neste sábado, 22-01-2011, arrumamos tempo para levar o carrinho na autorizada, mesmo com Mariah com febre e garganta inflamada. Família Trololó Certified faz tudo junto sempre.

O mais engraçado é que o Burigotto se tornou uma novidade e agora ela só quer andar nele. Como ela tem um vocabulário limitado, o carrinho com defeito ela agora chama de “Chato”.

Estamos esperando Mariah enjoar-se da novidade para que possamos doar o Chato.

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