quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A Jornada 6 - novos tempos

Avançando até meados de 2004, quando eu já nem me pesava mais, fui transferido de setor dentro da empresa, por ter sido promovido para engenheiro. Eu não me pesava há tempos. Acho que tangenciei os 140kg. A cirurgia bariátrica voltou a ser uma possibilidade real.

Ao comentar com o meu novo chefe, este deu-me de presente um livro desconhecido, de uma editora desconhecida, mas cheio de referências bibliográficas. Foi o primeiro contato com algo que tem fundamentação científica.

Um pouco depois apareceu um texto apócrifo traduzido do inglês que um colega de trabalho comentou e eu me interessei. O título da tradução não-oficial era: "E se tudo fosse uma grande e gorda mentira?" ("What if it's a all been a big fat lie?"), mas não dei importância ao artigo. Era revolucionário demais, apócrifo demais e o escritor era desconhecido demais. O mundo dá voltas. Mas o foco do artigo não era fornecer um procedimento para emagrecer, mas inocentar o dr. Atikins, a gordura, satanizar o carboidrato e dizer que os fatos mostravam que os médicos e nutricionistas estavam errados, motivo pelo qual a obesidade virou uma epidemia ocidental e as dietas fracassam para a maioria das pessoas. O bom é que pelo menos alguém apareceu para dizer que a culpa não era minha.


O livro era bem argumentado e livros estão em um patamar muito superior a um texto de tradução desconhecida. Hoje eu sei que a obra não tinha nada de novo, pareceu por ser o meu primeiro contato com o baixo carboidrato e eu procurei seguir o método. Funcionou. Perdi mais de 10 quilos. Fui finalmente iniciado no conceito de índice glicêmico, que ficou famoso, se não me engano com a Dieta de South Beach.



Fiquei naquela faixa de 123kg e me sentia feliz. Depois de um tempo a dieta parou de funcionar provavelmente por culpa ou falta de compreensão minha e eu fui levando a vida, estava feliz, até que, anos depois, quando a Mariah nasceu e eu passei a carregar peso com mais frequência, uma dor na perna surgiu. Queria acreditar que fosse o nervo ciático, mas meu sexto sentido me dizia que era uma hérnia.

Um dia a psicóloga da escola da Mariah aconselhou-a a levá-la em um ortopedista, com suspeita dela ter uma displasia na bacia e eu aproveitei e me consultei também. Hérnia. Sem conseguir emagrecer e sentindo dores ao andar ou mesmo ficar em pé por longos períodos, a cirurgia bariátrica voltou a ser uma opção real e prática. Andar por longos períodos, única atividade física que eu praticava e me dava prazer, foi inviabilizado pela dor. Iniciei então os procedimentos para operar. Estamos no segundo semestre de 2010.

O próximo capítulo é o último. Prometo.

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