quarta-feira, 12 de setembro de 2012

De filho para marido

Mariah adora brincar comigo. Basta eu chegar do trabalho para eu receber o convite. Raros são os dias que não brincamos nem um pouquinho de noite.


Quero ser um pai presente, então o que eu posso fazer no momento é brincar com ela. No futuro eu terei que migrar da brincadeira para o estudo, mas por hora Mariah só tem que brincar, ser criança e aprender por meio das atividades lúdicas.


A brincadeira sempre se repete. Ela é a mãe, a médica ou a professora e eu sou o filho, o paciente (pelo amor de Deus Pai, parem de chamar paciente de "cliente") ou o aluno. A relação é clara: há uma inversão nos papéis que ela sempre atua na vida real e ela quer, pelo menos nestes momentos, ser a superior hierárquica, ser o topo da cadeia alimentar. Alga de dia, atum de noite.

Os nomes das brincadeiras também são engraçados. A brincadeira que ela é a mãe ela chama de "Mãe & filho", a da médica, de "Doutora Eliana" - Eliana é o nome da pediatra - e a que ela é a professora, simplesmente "Escola".


Nas últimas semanas esta doce rotina mudou um pouco. Ela não quer mais que eu seja o filho da brincadeira Mãe & Filho: ela agora quer que eu seja o esposo e a boneca é a filha. A reprodução da vida da Luiza é cristalina e hoje de manhã demos ótimas gargalhadas com ela imitando na cama os exercícios de hidroginástica.

Não sei qual foi o causador desta mudança sutil, porém importante. Pode ser que ela agora esteja sedimentando o conceito de núcleo familiar e os papéis de casa um. No fundo, é apenas uma brincadeira, mas está me deixando muito pensativo e surpreso.

Dizem que o pai é o primeiro amor de toda a mulher e o meu bebê está crescendo.

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