quinta-feira, 21 de julho de 2011

Mais festinhas de criança

Depois que temos filhos, parece que a nossa vida social praticamente se resume à festas de crianças.

Sábado, 16 de julho de 2011, aniversário de um ano do Davi.





Domingo, 17 de julho de 2011, festa julina da escola.






Segunda, 18 de julho de 2011, aniversário da Ana Beatriz.


Um novo olhar

Mariah aprendeu a tirar fotos. Algumas até ficaram interessantes.







terça-feira, 19 de julho de 2011

A balança do Nelson Rodrigues

Muitas pessoas colecionam antiguidades. Acho que é uma atividade em que o hobby, o consumismo e a nostalgia se encontam e dançam apaixonadamente. Por outro lado, eu sou avarento o bastante para procurar uma coleção que tivesse um custo baixo. Inventei de colecionar pequenos objetos dos anos 80, ainda no início da década de 2000, mas os anos 80 entraram na moda e encareceram o meu colecionismo, inviabilizando-o. Até hoje não tenho um Atari 2600.



A vida, sempre ela, sempre culpada por todos as nossas fraquezas, nos oferece velharias a um custo baixo. E a coleção vai aumentando e junto com a tensão de colocar mais tralhas num apartamento com declarados 94 metros quadrados no boleto do IPTU. Mas o destino e o coração sempre fazem a Luiza encontrar um cantinho para as minhas loucuras.

Uma vez eu estava acompanhando a Luiza no ginecologista, numa das várias consultas para um longo tratamento de fertilidade que resultou na Mariah. O médico, bonitão de doer, tornava imprescidível a minha presença naqueles encontros quase rodrigueanos. Observei que o consultório do médico era moderno, mas a Mensageira das Más Notícias, a balança que pesava as pacientes, era uma Filizola do tempo do ronca, daquelas que usam dois contra-pesos correndo em trilhos.


Em algum momento da consulta, para descontrair, meio brincando, meio sério, disse que, se um dia ele fosse comprar uma balança nova, eu poderia comprar a balança Filizola.

Numa tarde, a secretária dele ligou para a minha casa e a minha esposa descobriu que ele levou a sério a minha oferta e fechamos negócio. Lá foi o Uno vermelhinho na Barra da Tijuca em m uma das suas últimas missões numa manhã de sábado.

"É a balança que eu me pesava quando fazia tratamento para engravidar!", sempre repete a minha esposa, eufórica, ao apresentar a nossa Mensageira das Más Notícias. Acho que Nelson Rodrigues me chamaria de paspalhão.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Senos, cossenos e tangentes

Para quem nunca entendeu direito o círculo trigornométrico
Para quem quer ensinar círculo trigonométrico
Para quem deseja revisar o conceito de círculo trigonométrico

Clique na bolinha dentro do círculo!


http://www.touchmathematics.org/topics/trigonometry

E ainda dizem que a Internet atrapalha quem quer aprender.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Malas

Há algo de belo nas malas. Não sei se é porque minha mente sempre corretamente associa à viagens - e eu adoro viajar -, ou se é por serem um exemplo de simplicidade e perfeição: um paralelepípedo que abrimos por meio de um zíper. Ah, existe a alça e as rodinhas, porém podemos considerar as rodinhas como opcionais.

Em 2005 eu e a minha esposa fizemos as contas e percebemos que era financeiramente viável uma viagem de férias para a Espanha. Decisão dos juizados, porque eu já tinha retirado meu siso e o cafofo estava quitado. Mas a história é longa, quase uma saga, e todos sabem que poucos aguentam leituras longas em blogs, principalmente de quem não é um profissional das letras e palavras. Talvez em outra oportunidade eu escreva com detalhes e calma para tentar melhorar o texto. Retornemos à mala.

Quando fomos comprar as passagens, a antecedência não foi suficiente para ir e voltar por Madri. Com um pouco de labor com a operadora da agência de viagem conseguimos encaixar um dia para a ida e um dia para a volta que fosse adequado para nós. O único "problema" era que o retorno era por Paris. Que chato! Que inconveniente!

Começou então uma maratona que eu não recomendo para fazer em 20 dias: Madri, Sabiñanigo, Barcelona, Granada, Madri novamente com passagens por Ávila e Toledo e Paris. A mala, de fabricação nacional comprada numa loja famosa, não resistiu e começou a se decompor em Barcelona. Em parte é culpa da minha esposa, que parecia transportar tijolos de chumbo, concreto armado e placas de granito. Para aliviar o peso despachamos parte da bagabem pelo correio numa agência perto de uma grande estação de trem em Barcelona. Foram livros, CDs e pequenos objetos. Roupa suja era muito infame para enviar pois acho que tiraria todo o glamour da viagem.

Cinquenta Euros mais pobre, seguimos o destino com a mala capenga até chegar em Paris. Num bairro um pouco sinistro, encontramos um mercadinho pé-sujo. Nada de Carrefour ou Casino, tão na moda nestes conturbados dias, mas um bem simples mesmo. A loja deveria ter uns 150 metros quadrados. No fundo da loja havia uma mala. Não encontrei indicação da procedência, entretanto o preço convidativo indicava que a mão-de-obra era chinesa e não francesa. Três malas, uma dentro da outra. Compramos e estamos felizes até hoje. Ela é pesada, no entanto o material é bom e aguenta o tranco. Por que os produtos chineses que são vendidos no Primeiro Mundo são melhores que os vendidos por aqui?

Luiza continua testando as nossas malinhas, colocando blocos de motores a diesel e pedras de mármore.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A turminha

Sábado passado fomos ao aniversário de quatro anos do Henrique, um amiguinho da Mariah.


Beatriz, João Pedro, Bruno, Mariah, Pedro e Henrique.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Rio Grande do Norte

O clima estava fechando, porém não estava abafado. Ventava um pouco, mas ventava. Engraçado que o dia tinha começado lindo azul forte, presente e marcante como somente um céu nordestino pode ser. O solo, pouco fértil, é imprestável para qualquer cultivo em escala. Sobram as sobras, o extrativismo, a pesca e a criação de animais. A natureza também tem as suas manias e permite que certos locais planos não são sejam bons para a plantação.

Mas eis que na estrada surge algo novo e inesperado, um verdadeiro maná de Deus.



Um local simples...


...onde trabalhadores rústicos recuperam as energias perdidas na primeira parte da jornada de trabalho!


Todos dispensaram a siesta na rede, a cadeira vazia é a vaga do autor, repare que a mesa é um carretel de bobinar cabos de aço e na saída era possível ouvir um funk carioca num pequeno aparelho de som portátil.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Três casamentos

Eu e a Luiza constumamos dizer que já passamos por três casamentos, porém estando sempre juntos.

O primeiro foi o nosso matrimônio, em 2000.

O segundo foi quando a Sogra_1 e a Sogra_2 foram morar com a gente, em 2004. Novas adaptações, novos problemas e novas soluções.

Finalmente o terceiro casamento ocorreu em 2008, quando a Puca nasceu. Esta foi a mudança mais profunda. E divertida também, porque se não fosse divertida e maravilhosa, a humanidade teria acabado ainda na África, quando o primeiro macaco decidiu caminhar com os dois membros inferiores.

Seguindo esta lógica, o quarto casamento começa em 2012. Será que eu vou me candidatar a prefeito? Duvido. Os meus casamentos não são tão previsíveis como a órbita de um planeta.

Momento vaidade

O blog já está em quarto lugar no Google quando é pesquisado "E66.8". Para um blog praticamente sem divulgação, solitário e sem seguidores é uma grande vitória.



Pelo menos isto para alegrar o meu dia tão distante e sonolento.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aviões de papel

Recebi um e-mail que lembrou a minha infância. Só acho que didaticamente não é muito bom, mas fica a lembrança de como eu e o meu irmão número 5 gastávamos as folhas de papel A4 do irmão número 2.












quarta-feira, 29 de junho de 2011

Uma anedota, uma verdade.

Em 1994 ouvi uma piada de um amigo mineiro que contava a história de dois amigos que tomavam um café. O primeiro colocou adoçante e o segundo colocou açúcar. Aí o primeiro questionava o segundo sobre o fato de não usar adoçante e a resposta era algo como: "Está louco? Adoçante engorda!" E eis que o primeiro dizia que ele estava enganado, que o engordativo era o açúcar, mas o segundo respondia de pronto "Adoçante engorda, só gordo que usa isto!"

No início de 2008 a imprensa divulgou uma pesquisa norte-americana que concluia justamente o poder do adoçante de engordar:



Mais uma matéria:


Naquela época um amigo meu estava indo ao endocrinologista para emagrecer e ele comentou com o médico sobre a matéria. Segundo o meu amigo, o médico receitou Rimonabanto e disse que ele não deveria largar o adoçante.

O Rimonabanto, caso não saiba, um tempo depois foi proibido por suspeitas de provocar problemas psíquicos (ansiedade e depressão) nos usuários da droga.

Agora está suspenso a manipulação com a substância Rimonabanto.

Se não acredita em mim, aqui está a resolução da ANVISA

Hoje, dia 29 de junho de 2011, como diria a Legião Urbana, mais do mesmo:


O endocrinologista foi cauteloso com o estudo de uma universidade séria, mas não foi cauteloso ao receitar uma droga nova e que acabou proibida ainda no ano de 2008. Consulto-me com endocrinologistas desde os 12 anos. Já receitaram para mim os mais variados remédios. Inibex, Desobesi, Dualid, Isomeride, Sibutramina, Triac e mais alguns que eu não lembro. E eu nunca vi médico devolver o dinheiro da consulta por alguma indicação de tratamento errada, mas você consegue aceitar um técnico devolver a TV sem consertar e sem devolver o dinheiro?

A vida de médico é muito fácil neste aspecto. Recomendam dietas, exercícios e remédios e, se falhar - e em mais de 80% dos casos falham em menos de 2 anos -, Colocam a culpa no paciente. Mas eu não entendo porque as pessoas ainda acreditam num tratamento convencional que tem um índice tão alto de ineficácia. Só posso acreditar em falta de opção. Mas há opção. O seu médico é que talvez não tenha interesse em divulgar.

A obesidade é uma das poucas doenças que normalmente o doente é quem carrega a culpa. O gordo sofre em silêncio, achando que o problema é somente com ele. E toda a sociedade também acha. Os negros elegem deputados, denunciam o racismo e o preconceito, lutam por melhores condições e por cotas em universidades públicas. Estão absolutamente certos, como estão os homossexuais fazem passeata e escrevem novelas com gays como heróis e exemplos de caráter para tentar diminuir a homofobia da sociedade.

Não vejo muita diferença entre uma negra que tenta alisar o seu cabelo com ácido pirogálico e um obeso que toma um remédio que pode provocar doenças graves. O corpo sofre do mesmo jeito pela questão da aparência, embora na obesidade exista também a questão de saúde. Para não ter diabetes e hérnia, que tal ansiedade, depressão ou hipertensão pulmonar?


Retornado ao artigo publicado hoje, para mim a descoberta está totalmente coerente com o trabalho de Seth Roberts. Roberts descobriu que ao tomar água com açúcar ou óleo sem sabor, como canola, e não consumir nada uma hora antes e uma hora depois do evento a pessoa perde a fome.

A experiência de Roberts explica um fato notório: as pessoas perdem a fome e emagrecem quando ficam internadas em um hospital recebendo soro glicosado na veia. Parece que o cérebro se comporta de uma maneira estranha e faz a pessoa perder completamente a fome ao se deparar com algo que nós não estamos geneticamente preparados, pois a homem primitivo, aquele que nós herdamos boa parte dos nossos genes, não tinha contato com nenhum alimento sem sabor.

Roberts não escreveu isto, mas seguindo a lógica deste cientista, o adoçante engorda porque consumimos sabor sem caloria, o que teria o efeito inverso da água açucarada: aumentaria a fome. E de aumentar a fome os gordos entendem bem.

Sendo a descoberta aparentemente simples, feita por um professor psicólogo que se auto-experimentou para descobrir o fenômeno, como você acha que os médicos e nutricionistas reagiram e responderam ao trabalho pioneiro de Roberts?

Para quem quer ler o artigo científico e treinar o inglês, aqui está o link

Para quem quer botar a boca na água açucarada e experimentar, recomendo a leitura do livro, felizmente em português:

http://www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=251
Não estou ganhando um centavo com isto.

Quando eu comentei desta dieta com um amigo meu do interior ele respondeu que a esposa dele disse que era comum, entre os amigos dela, tomarem água com açúcar antes de ir trabalhar na dura jornada da roça para diminuir a fome.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Onde está o meu sensor de temperatura?

Descobri que o sensor de temperatura da minha placa não foi soldado, de sorte que eu não posso fazer experiências de medição desta grandeza. O chinês jura que vai enviar um sensor para eu soldar. Aguardemos.



Na casa da madrinha.


A modelo Mariah veste Alphabeto.

O Doutor e o Pinheiro

Conheci o Bulha no primeiro semestre de 1992. Quase 20 anos. Foi no primeiro semestre da faculdade e estávamos sendo iniciados na feitiçaria da engenharia, Uma espécie de Harry Potters tecnológicos. Bulha logo se revelou um feiticeiro melhor que eu, evidenciados por incontestáveis notas gloriosas em Cálculo I.

Desde então os nossos caminhos se aproximam, o que impede que o tempo e a luta diária pelo pão na mesa  cumpram as suas obrigações sacerdotais de afastar os amigos. Trabalhamos na mesma empresa de 1994 até o início do anos 2000, sendo boa parte deste tempo na mesma sala, mas exercendo a função de técnicos de eletrônica e de elétrica, respectivamente. Concluí o curso de engenharia eletrônica um semestre depois dele concluir o de engenharia elétrica. Algum tempo depois, o Bulha saiu da empresa e foi para um emprego melhor e depois eu fui para a mesma empresa que ele, como engenheiros.

Mas o desempenho do Bulha em matemática sempre demostrou que ali estava um cientista. Ele não fez por menos e no final de 2009 doutorou-se pela UFRJ. É o Doutor. Eu, já engenheiro, continuei achando chato a matemática teórica, viajante, sem aplicação na resolução de problemas reais e também continuava adorando colocar a mão no ferro de solda. Virei um Pinheiro, o peão-engenheiro. Pinheiros típicos apenas toleram os "ponto doc" e os "ponto xls", mas são amantes platônicos e indiscretos de motores, turbinas e placas de circuito impresso.

De comum também temos a origem humilde que é devidamente relembrada num almoço num restaurante simples com certa periodicidade. A minha hipótese é que é bom eventualmente voltamos aos locais humildes das nossas origens para dar valor ao que já conquistamos: o Marketing - talvez sem querer - acaba nos tornando insatisfeitos infinitamente, esquecendo de dar valor ao que nós temos, principalmente o que não é medido por dinheiro.

Em um destes almoços, o Bulha me trouxe um problema: havia comprado um aparelho que transmitia em FM o som de um toca-discos de vinil, que ele queria ouvir num rádio distante uns 10 metros do transmissor, em um outro cômodo do apartamento e a potência do sinal de saída do transmissor era tão alta que estava gerando ruídos incômodos e intereferências em outros aparelhos da moradia. A questão se revelou uma aventura instigante.

Caminhando na volta, digerindo um imprudente rodízio de massas, disse que não poderia abrir o equipamento, para não perder a garantia. Só vi duas soluções de imediato: a primeira era retirar a antena do transmissor e colocar uma menos eficiente, o que diminuiria a energia transmitida - e onde encontrar uma antena menor que encaixasse e funcionasse? - e a segunda opção seria diminuir a tensão de alimentação e, com isso, também diminuir a potência de transmissão.

Domingo retrasado, 19-05-2011, a família Trololó foi à casa do Bulha. Após uma suculenta boquinha junina feita de coração pela Bianca, a esposa do Bulha,  fomos para a guerra. Com uma fonte regulável, diminui a tensão de 12V para 8V e o ruído parou. Bingo! O Bulha sugeriu diminuir ainda mais a tensão, mas eu sabia que estava próximo do limite mínimo porque, dentro do transmissor, provavelmente existia um circuito regulador de 5V que precisaria teoricamente de uns 8V para funcionar. Testes práticos confirmaram que a tensão mínima que o equipamento funcionava sem entrar em colapso estava em torno de 7,5V.

Encontrado o caminho, sugeri que comprasse aqueles "eliminadores de pilha" ou que fosse numa loja  que venda componentes eletrônicos e comprasse uma fonte de 7,5V. Simples, mas a história não terminou.

Dias depois o Bulha me ligou dizendo que uma pessoa do trabalho iria alterar a fonte que veio com o transmissor de 12V para 7,5V e que ele "não iria gastar R$8,00 em algo que poderia sair de graça". Aquilo ficou na minha cabeça, mas não era mais problema do Pinheiro. Não era?

No dia seguinte ele me telefonou novamente dizendo que não conseguiram alterar a fonte dele. Aí eu lembrei que tinha algumas fontes de sucata, mas funcionando, e disse que provavelmente teria uma de 7,5V. Ontem, 26-06-2011 fui procurar a fonte e descobri que não possuia nada próximo a 7,5V, entretanto ainda estava em minhas mãos uma antiga fonte de um saudoso scanner TCE de 15V. Alteremos a tensão.


Antes eu medi a tensão da fonte e deu 14,99V. Coisa boa! Menos de 0,1% de erro. O mau humor começa quando lembro que a moda agora na Ásia é o encaixa-cola, nada de parafusos. Depois de quase destruir o gabinete, analisei o circuito com calma, enquanto ouvia a incrível melhora do condicionamento físico do Zeca Camargo no Fantástico e Mariah me enloquecia com as músicas do computador da Barbie. Descobri quais eram os resistores que definiam a tensão de saída e inseri um. A tensão caiu para 8,5V. Inseri outro e caiu para 7,58V. Missão dada é missão cumprida.



Olhe os resistores, logo acima do meu polegar. O do meio, menor, é o original.



setenv making_off ON
sentenv modo_inconsequente ON

Testando a fonte...


setenv making_off OFF
sentenv modo_inconsequente OFF

De manhã, vindo para o trabalho, observei que tamparam a saída do ar condicionado do ônibus (sempre congelante) com um copo do Bob's. No fundo, quem fez isso é um Pinheiro na alma.