Sempre disseram que o inferno astral da pessoa começa sempre um mês antes do aniversário e termina no dia do aniversário. Deve ser verdade, tenho observado uma onda de azar em cima de mim sempre nesta época. Ainda bem que acaba amanhã, mas a minha máquina fotográfica quebrou.
Até que durou muito, visto que compramos em 2005 para a viagem à Espanha. Hoje em dia tem aquele conceito que inicialmente era contábil e virou um mantra do consumismo despudorado: "Já se pagou".
Bem, esta foi a máquina fotográfica número 3. A número 1 eu comprei ainda solteiro, no ínício do Plano Real (1994), quando desaguou no mercado brasileiro umas cameras russas. A Rússia foi a nossa China naquela época.
E o Newtinho comprou uma Zenit 122K. O K era porque era compatível com objetivas de encaixe baioneta da Pentax. Era um típico produto russo: design medonho, pesada, mecanismo duro, mas os sistema ótico era maravilhoso. As fotos ficavam lindas, bem melhores que as números 2 e 3.
A qualidade geral da máquina deixava a desejar. O parafuso que prendia a alavanca do avanço do filme soltava sozinho com o uso. De nada adiantava apertar até tentar sair suco de parafuso. Um dia ele caiu e eu não vi e perdi o parafuso e, com isto, a capa de plástico da alavanca não ficava presa e sem a capa de plástico o ato de avançar o filme era doloroso. O segundo problema era o fotômetro. A máquina era toda manual e para avisar que a quantidade de luz era a ideal existia um fotômetro embutido. Fotômetro russo: três leds, dois vermelhos e um verde no meio. Em pouco tempo um dos leds vermelhos parou de acender e o ajuste ficou mais dífícil.
Doei a Zenit para o meu professor de hidroginástica. Sim, como bom E66.8 de classe média já fiquei correndo na piscina sem sair do lugar como um ramster aquático.
A máquina número 2 foi comprada em 1996. Uma Canon EOS5000, um modelo maravilhoso que nos deu muitas alegrias, embora não tivesse ajuste por prioridade de abertura, só por velocidade. Foi encostada pela obsolescência pois era analógica, no entanto até hoje a temos guardada com muito carinho.
A número 3 foi uma Olympus D-435 simples. Os 5.1Mpixel soam quase como um deboche, mas por que eu trocaria por um modelo melhor e mais moderno se ela estava funcionando bem? A única coisa que nos incomodava era o display pequeno.
Mas um recurso que sempre me incomodou nas digitais simples foi a ausência de regulagens como as analógicas. A maioria oferecem configurações padrão ("Neve", "Esportes", "Retrato", "Paisagem" etc.). para o usuário amador e médio. Para quem teve o gostinho de uma analógica na mão isto era de doer! Eu queria voltar a fazer fotos com baixa profundidade de campo para poder
borrar o fundo (sem duplo sentido, por favor).
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Foto com baixa profundidade de campo: repare que os atletas estão focalizados, mas a torcida não |
Depois de muita pesquisa e quase desistência eu descobri uma Canon por menos de 500 reais que apresenta as prioridades de velocidade e de abertura. Para quem estiver interessado, é a SX150 embora eu aviso que só pesquisei e olhei o manual on line e nem sequer toquei na máquina. Depois do rombo da obra uma máquina fotográfica não está entre as nossas prioridades.