sábado, 20 de agosto de 2011

59 é o minuto mágico

O sábado começou normal e parecia que continuaria assim até às 23:59h. Até que no café da manhã a minha sogra se levanta da mesa por ter terminado e a Luiza lembra:

- Não esqueça de tomar os remédios.

Eu coloco mais achocolatado na caneca da minha sogra e passo as duas cumbuquinas, símbolo maior da organização da Luiza. Dois minutos depois Luiza constata que:

- A mamãe tomou os meus remédios!

- Isto nunca aconteceu, respondi, espantado.

Depois fizemos uma análise crítica e descobrimos que não devemos deixar as duas cumbuquinhas de remédios juntas.

- Anticoncepcional, Metformina e dois remédios de pressão.

E a sogra já toma remédio de pressão. Foram dois diuréticos. Descobrimos que ela não tem um médico de confiança com celular ligado.

- Liga para a Ana Cláudia!

Ana Cláudia é mãe da Juliana, amiga de escola da Mariah. Ela é pediatra e já foi personagem deste blog. Bem, toda pediatra é também clinica, numa emergência como esta ela pode nos ajudar com um primeiro atendimento. Luiza relatou os remédios, as dosagens. Ana Cláudia disse para não se preocupar muito, mas que deveríamos acompanhar o comportamento a minha sogra e o volume de urina. Minutos depois o Tio Arthur, primo da minha sogra e biólogo, retorna a ligação e diz mais ou menos a mesma coisa. Ana Cláudia telefona e informa que conversou com o pai, cardiologista, e ele disse que não era para se preocupar com a Metfomina e manter a vítima em observação, porém provavelmente nada de grave iria ocorrer. Medimos a pressão. 9,5 x 7 ou algo assim. A diurese não tinha começado e decidimos repetir as medições a cada meia hora e ir na padaria comprar Gatorade para repor os sais que seriam perdidos pela urina. Levei Mariah para ela sair de casa porque o dia prometia ser de vigília doméstica.

Por volta das 14h, provavelmente o pico da ação da medicação, a pressão sistólica chegou a menos de 7 e achamos melhor levá-la para uma emergência de um hospital. Chegamos na Ordem Terceira. Uma placa minúscula indicava que a emergência estava em obras e inoperante. É evidente que só é possível ler a placa depois que você entra. Manobra aqui, manobra ali e fomos embora. Quinta D'Or, porém antes para numa padaria para a sogra urinar. O plano de saúde dela não inclui o Quinta D'Or e só descobrimos que a migração da CAARJ para a Unimed não foi tão boa como imaginávamos naquele momento.

- O funcionário do Quinta D'Or indicou a Doutor Aloan.

Um vento forte enchia os nossos olhos de terra. No Doutor Aloan nos deparamos com um ambiente muito calmo para uma emergência de plano mais barato da Unimed.

- Moço, onde fica a emegência?

- É aqui, só que fechou ao meio-dia

Mais uma descoberta: a minha sogra só pode passar mal até às 11:59h.

- Vamos para a São Vitor!

O bom relacionamento conjugal me impediu de comentar que a minha esposa deveria estar com o livro da Unimed devidamente acoplado ao sovaco desde o momento que ela entrou no carro. Tudo bem, é o caminho de casa de qualquer forma. Chegamos na São Vitor e uma placa indicava que a emergência só funcionou até às 11:59h. Com a sogra em aparente bom estado, decidimos arriscar e voltar para casa. Em casa, medimos a pressão e já estava em curva de ascendência, indicando que o efeito dos remédios estava passando.

A sogra está bem e o banheiro já apresenta o seu tempo médio de ocupação normalizado.

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