sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

2012 será o ano da China - parte 2

Outro dia estava lendo uma reportagem especial sobre o dr. Ulysses Guimarães (1916 - 1992) escrita pelo jornalista José Bastos Moreno e publicada no jornal O Globo. Ela contava a viagem oficial que Ulysses fez à China. Comercialmente o Brasil queria vender carros e os chineses, petróleo. Como o mundo é dinâmico! Hoje não passa um dia que eu não veja um carro chinês rodando na cidade do Rio de Janeiro e a China se tornou um feroz importador de petróleo.

O gráfico abaixo mostra a cotação de três commodities importantíssimas no comércio global: cobre, ferro e petróleo. Reparem como o Lula é sortudo: os preços das commodities dispararam a partir de 2002, ano da eleição do Lula.


Até o Lula entrar, uma tonelada métrica de cobre custava uns 2200 dólares. Hoje está em quase 10.000 dólares.





Até o Lula entrar...





Sem comentários. O danado subiu de menso de 30 dólatesqua
Mas o mago desta ereção financeira não se chama Luiz Inácio Lula da Silva, o mago é o dragão chinês. Lula foi um surfista que aproveitou a onda chamada China.

Vendo os gráficos é mais fácil bater em dois mitos: o primeiro foi que a privatização da Vale foi "criminosa". Não sei se os métodos de venda foram os melhores, se houve ou não corrupção, mas tecnicamente o preço do minério de ferro em 1997 (ano da privatização) estava baixo e estável desde 1993. É bem provável que a empresa tivesse problemas financeiros, o que justificaria o valor de venda baixo da empresa. O governo simplesmente foi azarado porque quem comprou viu o preço do minério de ferro disparar a partir de 2002. Analisar a venda da Vale sem também olhar pelo lado da cotação das commodities metálicas é má fé.

O segundo mito foi de que o Lula é um gênio. Predestinado pode até ser, ele realmente pegou a ecomonia numa situação muito boa para os fornecedores de matéria-prima, como o Brasil. A arrecadação de impostos disparou e os dólares das exportações fizeram a economia fazer a festa. Porém sem a onda provocada pelo dragão chinês, Lula conseguiria fazer um governo pior que o do Fernando Henrique Cardoso.

E se a China diminuir o ritmo de crescimento ou mesmo quebrar? A China é um grande consumidor de matérias-primas: ferro, alumínio, cobre, petróleo, soja (para alimentar animais), fertilizantes etc. O apetite da China é grande, crescente, mas não é ilimitado. Se a China diminuir o ritmo de crescimento - e ela tem que diminuir - o preço das commodities despencará bonito. O valor das empresas que vivem de fornecimento de matéria-prima vai despencar. Petrobras, Vale, Bunge. Não ficará pedra sobre pedra.

E é este cenário que eu vejo em 2012. Estou bem pessimista. E olha que eu supersticioso e adoro anos pares e odeio anos ímpares.

Vá com Deus, 2011. Eita aninho ruim!

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